SAÚDE
Hematologista enaltece ato de doar sangue: “Gesto de altruísmo”
Segundo médica, jovens a partir de 16 anos já podem doar sangue
Por Bernardo Rego

A campanha Junho Vermelho se aproxima e com ela a importância da doação de sangue em todo o Brasil chama a atenção. Em Salvador, a Fundação de Hematologia e Hemoterapia do Estado da Bahia (Hemoba) também aderiu ao movimento para que os estoques se mantenham em níveis aceitáveis a fim de poder atender a todos os que necessitam de uma bolsa de sangue.
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O Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, é o ápice da campanha de conscientização. A data especial homenageia Karl Landsteiner, o renomado imunologista austríaco que revolucionou a hematologia com suas descobertas fundamentais.
A coordenadora de Captação da Hemoba, Margarete Mascarenhas, contou o quão importante é mobilizar a população para fazer a doação de sangue que, segundo ela, uma bolsa pode salvar até quatro vidas. "A entrevista é crucial para selecionar os doadores e para que haja segurança a todos os envolvidos. Além disso, nós fazemos parcerias com universidades, empresas para captar doadores e assim poder manter os estoques em níveis regulares", disse a assistente social ao Portal A TARDE.
A médica Luciana Di Paolo, hematologista e especialista em transplante de medula óssea, também reforçou a importância das campanhas para captar doadores, pontuou que o processo de doação é rápido e extremamente seguro. Disse ainda que algumas doenças não são impeditivas definitivamente e que cada paciente é avaliado individualmente a fim de entender o seu quadro clínico.
"A doação carrega sua relevância sendo o maior benefício o altruísmo e poder salvar vidas com um gesto que dura, em média, 12 minutos", ressaltou a especialista. Di Paolo explicou que os homens podem doar quatro vezes ao ano com um intervalo de 60 dias entre as coletas. Já as mulheres podem doar três vezes por ano com um intervalo de 90 dias entre as doações.
Sobre as orientações básicas aos doadores a médica pontuou a alimentação balanceada sem a ingestão de gordura nas três horas que antecedem o procedimento, porque segundo ela, a gordura no sangue interfere nos teste que são feitos para detecção de doenças transmissíveis como as IST’s (HIV, Hepatite B, Sífilis, HTLV) Hepatite C e também doença de Chagas.
A médica detalhou que na primeira doação é feita uma pesquisa de Hemoglobina S para avaliar se o doador pode ter um traço falciforme. Portadores de traço são assintomáticos, isso não inviabiliza a doação, mas no caso de detecção de Hemoglobina S, o sangue tem algumas restrições no uso para determinados pacientes.
Di Paolo explicou também que algumas doenças não são impeditivos permanentes, mas precisam de um acompanhamento médico. “Diabetes e hipertensão não são impeditivos se bem controladas. É necessário um acompanhamento médico regular. Se o diabetes for tratado somente com medicamentos por via oral, não tem contraindicação”, disse. Ela acrescentou, contudo, que os pacientes insulino-dependentes são inaptos definitivos.
Saiba como doar sangue e quais os critérios:
Para doar sangue, é necessário cumprir certos critérios de elegibilidade. Em geral, o candidato deve ter entre 16 e 69 anos (a primeira doação deve ser feita até os 60 anos), pesar mais de 50 kg e estar em boas condições de saúde. Também é necessário apresentar um documento de identificação oficial com foto.
Condições básicas para a doação de sangue:
Idade: Ter entre 16 e 69 anos. Menores de 18 anos devem ter autorização dos pais ou responsável legal.
Peso: Pesar mais de 50 kg.
Saúde: Estar em boas condições de saúde, sem doenças infecciosas ou outras condições que possam impedir a doação.
Documentos: Apresentar documento original com foto, como carteira de identidade, carteira de trabalho, carteira de habilitação ou aporte.
Alimentação: Não estar em jejum, mas evitar alimentos gordurosos nas horas que antecedem a doação.
Descanso: Ter dormido bem na noite anterior.
Bebidas alcoólicas: Não consumir bebidas alcoólicas nas 12 horas que antecedem a doação.
Fumo: Não fumar duas horas antes da doação.
Outras condições e restrições:
Doenças: Certas doenças podem impedir a doação, como doenças hematológicas, cardíacas, renais, pulmonares, hepáticas, autoimunes, diabetes, hipertireoidismo, hanseníase, tuberculose, câncer, sangramentos anormais, convulsões, ou portadores de doenças infecciosas transmissíveis pelo sangue como Doença de Chagas, Hepatite, AIDS, Sífilis.
Procedimentos: Não ter feito tatuagens ou piercings há menos de 6 meses (ou 12 meses, dependendo das condições sanitárias).
Medicamentos: Alguns medicamentos podem impedir a doação.
Gravidez e amamentação: Mulheres grávidas ou amamentando não podem doar.
Perda de peso: Se houver perda rápida de peso, aguardar três meses após a estabilização para a doação.
Covid-19: Indivíduos assintomáticos que testaram positivo para Sars-CoV-2 são considerados inaptos por 10 dias.
Contatos com casos de Covid-19: Quem teve contato com pessoas infectadas deve aguardar 7 dias para doar.
É importante que o doador siga as orientações do hemocentro para garantir que a doação seja segura e eficaz.
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