SAÚDE
Câncer de intestino tem aumento de 10% de incidência entre mulheres 2s3x1s
Projeções do Inca também apontam elevação do número de mortes prematuras pela doença x46f
Por Da Redação

As mortes prematuras por câncer de intestino em pacientes de 30 a 69 anos podem registrar um aumento de 10% até 2030. A projeção do Instituto Nacional do Câncer (Inca) integra o estudo sobre mortalidade por câncer para 2026-2030, comparando com 2011-2015.
E neste mês dedicado à mulher, especialistas também alertam acerca da crescente incidência do câncer colorretal em pacientes do sexo feminino, reforçando a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento integrado na campanha Março Azul-Marinho. Em janeiro deste ano, a cantora Preta Gil anunciou em suas redes sociais a confirmação de um câncer no intestino, após dias internada para identificar problemas de saúde.
Os dados da Bahia corroboram com o estudo do Inca, uma vez que as mulheres ultraam a expectativa da incidência em relação aos homens. A estimativa é que, em 2023, o câncer colorretal atinja 1.940 pessoas, sendo 1.080 do sexo feminino (taxa de 13,94/100 mil habitantes) e 860 do sexo masculino (11,72/100 mil).
Outro grupo em que se observa o impacto da doença é a população jovem, abaixo de 50 anos, apesar de a taxa de mortalidade do câncer colorretal (CRC) ter diminuído, entre 2011 e 2020, em cerca de 2% ao ano. Para Pâmela Almeida, oncologista da Clínica AMO, que faz parte da DASA, rede de saúde integrada do país, “a tendência mascara o aumento das mortes de jovens adultos, uma vez que a taxa de mortalidade do CRC continuou a crescer 1,2% ao ano em indivíduos com menos de 50 anos e 0,6% ao ano em pacientes entre 50 e 54 anos, a partir de 2005 e até 2020”, pontua.

A especialista ainda reforça a importância da prevenção ao câncer colorretal por meio de hábitos positivos adotados na rotina, além do diagnóstico precoce e tratamento integrado. O combate ao sedentarismo, à obesidade e ao fumo está entre as práticas saudáveis, assim como a redução na ingestão de carne vermelha e de alimentos processados. “Outro ponto importante é não negligenciar as alterações manifestadas pelo organismo e buscar acompanhamento médico”, reitera.
A publicação Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil (Inca) aponta que o câncer de intestino é o segundo tipo mais incidente no país para ambos os sexos, atrás dos tumores de próstata e de mama feminina, respectivamente. Em cada ano do triênio 2023-2025, serão diagnosticados mais de 46 mil novos casos entre os brasileiros, correspondendo a 10% do total de tumores, exceto o câncer de pele não melanoma que segue no topo da lista.
Colonoscopia
Os cânceres de cólon e reto envolvem a parte inferior do sistema digestivo: o intestino grosso e o reto. E o exame de colonoscopia a partir dos 45 anos (para pacientes sem histórico familiar) continua sendo o padrão ouro no diagnóstico, uma vez que permite identificar e retirar lesões que podem dar origem ao câncer, os chamados pólipos, como explica a oncologista Anelisa Coutinho, também da AMO e presidente eleita da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).
“A colonoscopia é o exame que permite ao médico visualizar a parte interna do intestino grosso e do reto e retirar lesões pré-malignas ou identificar o câncer (através de biópsia), favorecendo o direcionamento do tratamento, que tem mais chance de sucesso quando a doença é diagnosticada em estágio inicial”, explica.

A oncologista Pâmela Almeida completa que, no início, o paciente pode não apresentar sintomas, fazendo com que pessoas mais jovens e sem histórico familiar, na maioria das vezes, acabem descobrindo a doença mais avançada. “Uma vez diagnosticada, o próximo o é determinar o estágio da doença e definir o tratamento: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou a combinação de modalidades", explica.
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