VAI VENDER?
Privatização de Pituaçu é travada por cláusula secreta da Fonte Nova
Estádios teriam sido oferecidos pelo Governo da Bahia ao Grupo City, conglomerado de clubes que istra SAF do Bahia
Por Eduardo Dias

Uma eventual concessão do Estádio Metropolitano de Pituaçu à iniciativa privada por parte do Governo do Estado e de desejo do governador Jerônimo Rodrigues, esbarra em um trecho do contrato de Parceria Público Privada (PPP) com a Arena Fonte Nova, pelo menos até 2028.
O equipamento esportivo chegou a ser oferecido em uma negociação conjunta com a própria Arena junto ao City Football Group, conglomerado que atualmente istra a SAF do Bahia, como mostrado pelo Portal A TARDE na terça-feira, 20, mas o grupo revelou desinteresse por Pituaçu, focando apenas em gerir a Fonte Nova.
Com isso, o governo deve, nos próximos meses, estudar uma nova solução para o equipamento metropolitano. Na opinião de Jerônimo, não faz sentido que o estádio seja gerido pela istração pública.
"O setor privado tem mais criatividade. Se esse estádio estivesse com a gente, do governo da Bahia, nós encontraríamos dificuldade em fomentar eventos", afirmou Jerônimo em fevereiro, ao comentar sobre a concessão da Arena Fonte Nova.
Fim de contrato
A concessão da Arena Fonte Nova encerra no primeiro semestre de 2028 e a partir de então o governo deve realizar um novo chamamento público para que novos interessados apresentem suas propostas. Vale lembrar que o tempo de contrato da concessão foi reduzido em 2021. Antes, a duração era até 2045 e foi reduzida em 17 anos.
O Grupo City pode e deve ser um dos interessados no equipamento, conforme dito por um interlocutor do governo ao Portal A TARDE. A ideia é gerir o estádio para mandar os jogos da equipe principal masculina do Tricolor.
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O Estádio de Pituaçu, no entanto, caso fosse negociado com o Grupo, seria utilizado pelas equipes femininas, além das divisões de base. No entanto, uma venda de Pituaçu antes do encerramento do contrato estaria atrelada à venda casada com a Arena Fonte Nova.
Isso porque, segundo informações obtidas por A TARDE, existe uma cláusula no contrato de concessão da Fonte Nova que exige a utilização de Pituaçu como estádio secundário, em caso de indisponibilidade da Arena devido a realização de shows e eventos em datas de jogos, principalmente do Bahia, que atualmente atua como mandante no estádio.
Apesar de constar em contrato, o Estádio de Pituaçu não tem participação do consórcio em sua gerência, sendo ele gerido pelo próprio governo, através da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb), que opera e dá manutenção ao equipamento.
Imbróglio com alvará
Atualmente, Pituaçu está sem mandar jogos oficiais, devido a ausência de um alvará de liberação por parte da Prefeitura de Salvador, ficando o equipamento sendo utilizado apenas para eventos de menor porte, beneficente ou competições amadoras.
A Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), por meio do secretário Augusto Vasconcelos, garante que a pasta realiza investimentos constantes em requalificação no gramado de Pituaçu e em algumas obras de infraestrutura do entorno do estádio, além de intermediar junto à prefeitura a liberação do alvará de liberação.
“Temos nos empenhado para que a prefeitura possa liberar o alvará para o estádio possa sediar jogos, já tem alguns meses que enviamos a documentação, a expectativa é que possa se resolver o quanto antes”, disse o secretário, revelando que o governo, de fato, está aberto ao diálogo para concessão de Pituaçu.
Estamos abertos para o diálogo para uma eventual proposta. Enquanto isso, estamos investindo em melhorias no estádio
Já outra fonte ligada ao governo do Estado defende a manutenção da istração de Pituaçu com a gestão estadual. Segundo ela, o estádio é fundamental para o futebol baiano, em divisões profissionais de outras séries e de futebol de base.
“Pituaçu é fundamental para o futebol baiano, com vários jogos de campeonato baiano, série b, série C e D do Brasileirão, categorias de base, além de outras competições esportivas. Vender Pituaçu vai ser um baque muito grande para o esporte baiano. É um desserviço privatizar pituaçu”, apontou.
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