BAHIA
Governo federal assume projeto de ferrovia Salvador-Feira de Santana
Estudo encomendado pelo Governo do Bahia que estava sendo feito pela CCR foi descontinuado
Por Anderson Ramos

O projeto de construção de uma ferrovia para ligar Salvador a Feira de Santana sofreu uma mudança significativa, o que indica que pode finalmente sair do papel. A Secretaria de Desenvolvimento Urbano do Estado (Sedur) informou ao Portal A TARDE que o estudo encomendado pelo Governo da Bahia à CCR Metrô Bahia - empresa concessionária do Sistema Metroviário Salvador e Lauro de Freitas (SMSL) - para a viabilização da obra foi descontinuado.
A pasta explicou que a interrupção se deu porque o Governo Federal está desenvolvendo um novo estudo voltado à implantação do trem entre os dois maiores municípios do estado. De acordo com a Sedur, “a decisão visa evitar a sobreposição de esforços e garantir uma melhor coordenação entre as esferas estadual e federal.”
A modificação do projeto coincide com o interesse de uma empresa. Na semana ada, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) o requerimento da TIC Bahia Ltda. para obtenção de uma outorga de autorização ferroviária.
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Conforme explicou a ANTT, o objetivo da publicação foi tornar público o interesse da empresa na exploração de estrada de ferro com foco no transporte misto, de cargas e ageiros. De acordo com o pedido, o trajeto aria por Salvador e Feira de Santana, com extensão aproximada de 98 km.
Ainda de acordo com o órgão federal, a previsão para o início das obras ou esboço do projeto estão em análise por parte da área técnica desta Agência.
O projeto
O projeto foi revelado ao Portal A TARDE pela secretária da Sedur, Jusmari Oliveira (PSD), em junho do ano ado. Na época, a previsão era de que os estudos de viabilidade fossem concluídos no período de seis a oito meses.
A Manifestação de Interesse Público (MIP) encaminhada pela CCR ao governo de Jerônimo Rodrigues (PT) foi revelada pelo Portal A TARDE ainda em agosto de 2023. A previsão da empresa era de que o novo modal de transporte intercidades atendesse diretamente a aproximadamente 4 milhões de pessoas, reunindo as populações de Salvador, de Feira de Santana e de outras cidades no percurso, como Simões Filho, Candeias e Santo Amaro.
A CCR estimava também que a construção do sistema custaria R$ 2,6 bilhões aos cofres públicos, com um custo operacional, depois de pronto, de R$ 280 milhões por ano. A ideia da concessionária era de uma nova parceria público-privada (PPP) para tocar a obra e istrar o modal por um prazo de 30 anos.
O projeto da CCR projetava que o tempo estimado que os 103 quilômetros que separam as duas cidades fossem transpostos em apenas 45 minutos. No documento, a CCR aponta que o novo trem aproveitaria a chegada do SMSL às proximidades de Águas Claras, indicando que a estação de partida do sistema poderia ser instalada na região.
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