ENTREVISTA
Roupa Nova celebra 45 anos em Salvador: "Não queremos pensar no fim" 1x4269
Com ingressos esgotados, banda fala sobre legado, saudade de Paulinho e conexão com fãs de todas as gerações 192y3i
Por Bianca Carneiro e Luana Leal

Prestes a completar 45 anos de carreira, o grupo Roupa Nova chega a Salvador com um show especial da turnê Simplesmente Roupa Nova, neste sábado, 17. Em entrevista ao Portal A TARDE, os músicos falaram sobre os desafios da longevidade artística, o carinho do público baiano, a perda de Paulinho e a responsabilidade de dialogar com novas gerações mantendo viva a essência da banda.
Como o repertório da turnê foi escolhido? Pensando que a turnê é voltada para a celebração da história de vocês, houve alguma disputa entre preservar canções clássicas e inovar?
Realmente é muito difícil definir um repertório porque, graças a Deus, temos muitos sucessos. Mas jamais há briga para decidir as músicas. Escolhemos aquelas que não podem faltar de jeito nenhum e, depois, vamos opinando em quais vale complementar.
O que vocês acreditam que foi mais marcante ao longo dessas quatro décadas? Existe algum episódio que tenha marcado a memória de vocês?
Ah, uma das coisas com certeza foi o início de tudo, quando começamos a ouvir nossas músicas nas novelas e hoje sermos os recordistas em trilha sonora.

O que significa para vocês manter uma formação quase intacta em um meio tão volátil como o da música? Qual é o segredo para se manterem juntos durante tantas décadas?
A base é o amor e o respeito. Não existe segredo. Somos pessoas diferentes, com opiniões diferentes. Se fosse tudo igual, duvido que estaríamos aqui hoje com a mesma formação, agora com o Fábio Nestares. O negócio é se respeitar e priorizar o que escolhemos para a vida: a música.
Em 2020, infelizmente Paulinho veio a falecer por conta de complicações da Covid. Como foi para a banda lidar com esse acontecimento?
Foi um choque. Nosso carequinha era muito querido e amado por todos. Mas Deus tinha um propósito, e era a hora dele descansar. Ele sempre estará vivo e presente com a gente.
Musicalmente falando, como Roupa Nova foi afetado com a perda de Paulinho? Hoje, cinco anos depois, ainda existem resquícios do impacto dessa perda nas apresentações?
O público recebeu muito bem o Fábio, que já vinha cobrindo o Paulinho há alguns anos, quando ele precisava se ausentar. Não tivemos rejeição. Foi um impacto muito forte perder alguém que a gente ama, mas os nossos fãs abraçaram o Fábio [Nestares] de maneira linda e continuam cantando pelo Paulinho, assim como nós.
Após 45 anos de história, vocês já pensaram em algum momento sobre o fim das atividades do grupo ou o Roupa Nova ainda tem estrada para seguir?
Não, e nem queremos pensar nisso. Claro que vai ser inevitável as perdas, já não somos tão jovens, mas enquanto pudermos continuar fazendo o que amamos, vamos seguir juntos.
Como vocês acreditam que a banda pode conversar com o público mais jovem e que não cresceu ouvindo as músicas de vocês?
Muito desse público vem da família, que a esse amor pela gente, ou então de músicos que se inspiram em nós. Roupa Nova é atemporal.
Como é a sensação de retornar para Salvador? O que torna diferente a experiência de fazer um show na capital baiana?
Salvador é uma cidade que sempre nos recebe com muito amor e calor, literalmente falando. Estamos felizes de poder voltar - e ainda com ingressos esgotados.
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