RELEMBRE
Ataque à Igreja, sexismo e +: relembre polêmicas da banda Camisa de Vênus
Vocalista da banda baiana causou alvoroço após ironizar religiosos
Por Edvaldo Sales

A banda Camisa de Vênus voltou a ser assunto entre os roqueiros depois que o vocalista Marcelo Nova fez ataques à Igreja católica e evangélica durante um show realizado no último sábado, 25, no Cactus Moto Fest, em Currais Novo, no Rio Grande do Norte. Porém, se engana que acha que essa foi a primeira polêmica na qual o grupo baiano se meteu.
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Em determinado momento do show, o cantor ironizou os religiosos que estavam na plateia. “Que complexo filha da put*, como se vocês não fossem os maiores punheteiros de Currais Novos. Qual o problema com a porra da punheta?”, disse o artista.
O cantor seguiu, dizendo as seguintes frases: “Jesus tinha pau ou não tinha pau? Fazia xixi apertadinho?”, “Ô Deus… larga de ser escroto e coloca logo na carteira”, “Se o avião cair, podem falar: ‘Tá vendo aquele ateu foi mexer com o Senhor, se fu***’”.
Relembre outras polêmicas envolvendo a banda baiana Camisa de Vênus:
Sexismo
Em 2023, a banda teve o cachê de um show suspenso pela prefeitura de Ilhabela, depois que Marcelo Nova recitou o trecho de uma canção da banda que faz apologia à violência contra a mulher. Depois, ele se irritou com as críticas do público à letra. O caso aconteceu durante apresentação da banda no ‘Festival Flashback’.
O cantor entoou à plateia um trecho da música ‘Silvia’, composta em 1980, e que diz em um trecho: “Todo homem que sabe o que quer pega o pau pra bater na mulher”. Após citar o trecho, Nova pediu que a interação das mulheres da plateia e emendou: “elas sabem que é só uma brincadeira”.
Momentos depois, o vocalista ou a debochar do incômodo provocado pela letra, de cunho sexista. “Ai, é machismo, é homofobia, é nazista, comunista, negacionista, dentista, ciclista…é só uma brincadeira, porra”, disse. “Ai não pode, é cultura do estupro", satirizou em outro momento.
O Camisa de Vênus receberia um cachê de 49,8 mil reais pelo show, mas teve o valor suspenso pela prefeitura de Ilhabela.
Em nota, a gestão municipal destacou que “lamenta a postura do vocalista” e acrescentou que diante sua “conduta incoerente” notificou a produção da banda e pediu o encerramento do show. Informou ainda que o então prefeito Toninho Colucci determinou a suspensão do pagamento do cachê da banda.
Veja momento:
“Treta” com governador
Em 2021, Marcelo Nova criticou, durante o programa The Noite, do SBT, o choro do então governador Rui Costa (PT) em entrevista à TV Bahia, afiliada na Globo. “O governador da Bahia entrou no ar e começou a chorar. Chorando. Isso é postura de um governador? Você espera de um governador a liderança. Você espera de um governador uma postura”, disse Nova.
Ele acrescentou: “Eu nem espero um Winston Churchill. Nem espero. Que ia na linha de frente na guerra contra os alemães depois que a França foi invadida e dava testa. Eu nem contemplo essa possibilidade no Brasil”, acrescentou.
Na época, o chefe do Executivo baiano se emocionou ao comentar o avanço da Covid-19 no estado.
Posicionamento polêmico sobre a Covid-19
No mesmo ano, Marcelo Nova criticou o isolamento social e as medidas sanitárias vigentes em um telejornal da TV Bahia. “Para um sujeito como eu, prestes a fazer 70 anos de idade e 40 de carreira, isso não serve. Eu fiz minhas regras, eu faço meu caminho, eu não deixo que governadores, nem prefeitos, nem presidentes, ninguém manda em Marcelão", disse o cantor na época.
Além disso, o cantor afirmou que não seguia a recomendação de permanecer em casa e culpou o governo por não poder voltar a se apresentar. “E eu vou morrer. Caso não morra de covid, vou morrer de câncer, atropelado, assassinado, de zika, chikungunya, essas coisas”, concluiu.
Em conversa com Fausto Silva mostrada pela Band, Marcelo disse que o grupo Camisa de Vênus não deixou de trabalhar durante a pandemia. “Você tem que encarar as coisas. As dificuldades surgem para serem enfrentadas e vencidas”.
Marcelo Nova altera letra de Raul Seixas

Marcelo Nova mudou a letra de uma canção para não dizer o termo “vacinado” durante apresentação no ‘Faustão na Band’ em 2022. A banda Camisa de Vênus tocou ‘Cowboy Fora da Lei’, famosa na voz de Raul Seixas. Ele usou as variações ‘sim, eu sou cowboy’ e ‘você sabe que eu sou cowboy’ ao cantar a música.
O trecho original da música diz: “Eu não sou besta pra tirar onda de herói Sou vacinado, eu sou cowboy Cowboy fora da lei Durango Kidd só existe no gibi E quem quiser que fique aqui Entrar para história é com vocês”.
A canção, lançada em 1987, foi escrita por Raul Seixas em parceria com o compositor Cláudio Roberto Andrade de Azevedo.
Acusação de “chupar música dos outros”
Uma fala de Humberto Gessinger à biografia ‘Infinita Highway: Uma carona com os Engenheiros do Hawaii’ (2016) incomodou Marcelo Nova. Na declaração, ex-líder do Engenheiros do Hawaii disse que, na década de 1980, havia a percepção de que o colega de profissão era um “velho” que “estava pegando a onda” do auge do rock nacional e “chupava músicas de todo mundo”.
Em um comunicado, Nova apontou que não faz sentido a descrição de “velho” atribuída a ele na década de 1980, visto que ele tinha por volta de 30 anos na época. O músico também negou ter copiado músicas de outros artistas e lembrou que o The Jam foi creditado por inspirar a música “atempo”, presente no álbum de estreia homônimo do Camisa de Vênus, lançado em 1983.
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