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Último Papa Leão lutou contra a escravidão no Brasil
Papa Leão XIII escreveu uma carta sobre a situação
Por Gustavo Zambianco

O papa eleito nesta quinta-feira, 8, pelo conclave foi Robert Francis Prevost, que escolheu o nome de Papa Leão, sendo o décimo quarto pontífice a aderir a esse nome. Entenda quem foi o Papa Leão XIII, pontífice que teve ligação com a abolição da escravidão no Brasil.
O último Papa Leão, foi o cardeal da Igreja Católica Vincenzo Gioacchino Raffaele Luigi Pecci Prosperi Buzzi, eleito papa em fevereiro de 1878, sendo pontífice de 1878 a 1903, sendo um defensor da liberdade individual, da dignidade da pessoa humana e do direito natural.
Abolição da Escravidão no Brasil
O Brasil foi um dos países que tiveram a atenção do Papa Leão XIII. Durante o seu papado, ele escreveu uma carta pastoral denominada “In Plurimis”, publicada em 5 de maio de 1888, que tratava da situação da abolição da escravidão no Brasil. Alguns dias após o documento, no dia 13 de maio de 1888, a escravidão no Brasil foi abolida por meio da Lei Áurea.
O Papa frequentemente usava seus discursos, homilias e pronunciamentos públicos para reafirmar a necessidade de eliminar completamente a escravidão, apontando que tal prática contraria a dignidade original conferida por Jesus Cristo a todo ser humano.
Em relação ao Brasil, Leão XIII, por meio dos bispos, lembrou ao povo que a libertação dos escravizados já era anunciada no Antigo Testamento, e que, com a vinda de Cristo, todos foram chamados a abandonar a escravidão do pecado para se tornarem filhos de Deus. Com isso, ninguém pode ser legitimamente considerado propriedade de outro.
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Mas Leão XIII também fez uma análise crítica e profunda do sistema escravista. Ele identificava o egoísmo como raiz do problema: homens, tomados pela ganância, aram a considerar seus semelhantes inferiores, tratando-os como criaturas destinadas ao jugo. O Papa também denunciou as consequências brutais desse sistema. Os escravizados eram vistos como objetos, destituídos de direitos, sem sequer a garantia da própria vida. Reduzidos a ferramentas, eram comprados, vendidos, herdados, agredidos e até mortos, vítimas de abusos cruéis e de uma lógica desumana.
Para Leão XIII, essa postura era inaceitável para qualquer cristão. Desde seus primórdios, a Igreja ensinou que os escravizados deveriam ser tratados como irmãos. Com o tempo, isso levou à distinção entre os pagãos, que mantinham e maltratavam seus cativos, e os cristãos, que demonstravam compaixão e respeito. Entre os cristãos, afirmava o Papa, a palavra "escravidão" perdeu sentido. No seu tempo, dizia ele, essa forma de opressão já havia sido extinta, e o termo soava vazio entre os discípulos de Cristo.
Por esses motivos, Leão XIII reforçava que a Igreja havia assumido a missão de combater o sistema escravagista e promover a liberdade dos povos. No entanto, ele defendia que essa transformação ocorresse de maneira pacífica e ordenada, com base no respeito aos direitos humanos e às nações. Para ele, a violência apenas geraria mais violência. A verdadeira libertação, acreditava, deveria nascer do diálogo, da justiça e da valorização da dignidade humana.
Doutrina Social da Igreja
Além disso, o papa publicou a encíclica "Rerum Novarum", que abordou questões operárias, os direitos dos trabalhadores e a justiça social, ficando conhecida como a Doutrina Social da Igreja.
Promoção ao diálogo moderno
O Papa Leão XIII também buscou ligar mais a Igreja aos avanços tecnológicos da época, incentivando ao estudo da ciência e abertura ao pensamento filosófico.
Robert Francis Prevost é o Papa Leão XIV

Nesta quinta-feira, 8, o cardeal Robert Francis Prevost foi anunciado como o novo papa, adotando o nome de Leão XIV. Aos 69 anos, Prevost entra para a história como o primeiro papa nascido nos Estados Unidos, a assumir o comando da Igreja Católica.
Figura de grande influência e experiência internacional, Leão XIV é reconhecido por sua proximidade com o papa emérito Francisco, a quem sucede. Com ampla experiência internacional e reconhecida proximidade com o papa emérito Francisco, o novo pontífice representa a continuidade de uma Igreja voltada ao diálogo.
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