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Instabilidade assusta brasileiros residentes em Portugal

Governo português tem notificado estrangeiros para deixar o país em até 20 dias

Por Lula Bonfim

03/06/2025 - 20:39 h
Estima-se que 600 mil brasileiros morem em Portugal, sendo 370 mil legalizados
Estima-se que 600 mil brasileiros morem em Portugal, sendo 370 mil legalizados -

A comunidade brasileira em Portugal está assustada. Com a recente mudança de governo no país europeu, as regras para imigração foram endurecidas e 34 mil estrangeiros já foram notificados para deixar o território português em um prazo de 10 a 20 dias. Dentre essas pessoas, 5.386 brasileiros receberam notificações e devem retornar ao Brasil.

A chegada dessas notificações tem assustado outros brasileiros em Portugal, que ainda lutam para regularizar sua situação no continente europeu. Com medo, alguns desses compatriotas falaram ao Portal A TARDE acerca da situação, sob condição de anonimato.

H. B., de 32 anos, é brasileira de Ribeirão Preto. Ela chegou no mês de dezembro em Portugal, onde trabalha em uma loja, e ainda tenta regularizar sua situação na Europa, com pedido em tramitação na Agência para a Integração, Migrações e Asilo (Aima).

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“Estou acompanhando a cada notícia sobre todo o endurecimento nas regras para residir aqui em Portugal e, em alguns momentos, confesso ter uma insegurança de como será daqui pra frente”, afirmou H. B., em entrevista ao Portal A TARDE.

“O reflexo de tudo isso é sentir que, dependendo de quem está no governo, tudo pode mudar, seja positiva ou negativamente”, acrescentou a brasileira, que migrou sozinha para o continente europeu.

Chega

Dos pouco mais de 1 milhão de imigrantes legalizados em Portugal, aproximadamente 370 mil são brasileiros, conforme dados divulgados em 2024 pelo governo local. Mas esse número fala apenas daqueles que já possuem sua situação regularizada na Europa. Estima-se que mais de 200 mil cidadãos do Brasil vivem em território português de maneira ilegal.

Vários deles ainda tentam regularizar sua situação no país. Só em 2025, 73 mil brasileiros tiveram seus pedidos de residência em Portugal analisados pela Aima. A maioria, cerca de 68 mil, teve sua solicitação aprovada pela istração portuguesa.

“Estou com autorização de residência da LP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], agora aguardando a resposta para renovação e pegar autorização de residência que é válida para toda a União Europeia”, contou ao Portal A TARDE a baiana C. F., de 30 anos de idade.

Para a jovem oriunda de Salvador, moradora de Portugal há mais de três anos, o endurecimento das regras de imigração possui relação com a ascensão do partido político de extrema direita “Chega”, liderado pelo deputado André Ventura. A ideia é ter maior controle de quem a o país, visando garantir maior segurança para quem já reside em território português.

“O que acontece é que há um tempo as regras para imigração estão ficando mais rigorosas, principalmente por conta de um partido denominado Chega. Nas últimas eleições, o presidente do partido não levou, mas eles ganharam algumas cadeiras em outras posições e estão com mais força”, explicou a baiana.

Zucas

Chamados pelos portugueses de “zucas” — uma corruptela para “brazucas” —, os brasileiros estão presentes no dia a dia das maiores cidades portuguesas, como Lisboa e Porto, locais onde é possível encontrar até acarajé, abará, moquecas e escondidinhos, vendidos por baianos instalados em Portugal.

Mesmo em cidades menores, como Setúbal, é possível encontrar açaí, coxinha e o Guaraná Antártica em diversas lanchonetes da região central. Nesses espaços, o sotaque brasileiro sobressai e suplanta o falar característico dos “tugas” — corruptela para “portugas”, portugueses.

Ao entrar em um supermercado português, é possível encontrar nas prateleiras o famoso pão de sal, conhecido por lá como “pão brasileiro”. Também ganha nome diferente em Portugal a linguiça toscana, fundamental em qualquer churrasco: por lá, é “linguiça brasileira”.

O vocabulário português também já está sofrendo influência brasileira. Os jovens portugueses, que antes falavam “relva”, agora preferem usar “grama”. Os “autocarros” viraram “ônibus” e os “frigoríficos” tornaram-se “geladeiras”.

Toda essa mudança influenciada pela presença dos brasileiros no dia a dia tem incomodado os portugueses tradicionalistas, que protestam contra a colonização cultural de Portugal por parte do Brasil.

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