NOVOS DESAFIOS
Do topo ao início: o sucesso de Bia Ferreira no boxe profissional 36g6b
A pugilista venceu duas medalhas olímpicas, entrou no boxe profissional e está invicta rumo ao segundo cinturão 6ck
Por Marina Branco

A meta da grande maioria dos atletas é alcançar o topo do esporte - conquistar uma medalha olímpica. Duas, então, sendo a maior medalhista da história do seu país na modalidade e a primeira brasileira e vencer duas medalhas olímpicas, a a sensação de sucesso absoluto, e Bia Ferreira sente isso.
Referência no boxe brasileiro e mundial, Bia venceu tudo que podia. Campeã paulista, brasileira, sul-americana, pan-americana - com o primeiro ouro brasileiro - e mundial, eleita melhor atleta do campeonato global em 2019, ela chegou a repetir títulos, em uma crescente incansável da carreira brilhante que sempre teve. No entanto, não bastava para a força que tinha.
Topo do mundo, topo do esporte, nome na história, mas o desafio não poderia parar por aí. Mesmo “zerando o jogo” no boxe olímpico depois dos Jogos Olímpicos de Tóquio, antes mesmo da segunda medalha olímpica, a vida perderia a cor sem um novo desafio, e ela foi em busca de uma nova estratégia. “A gente que gosta de adrenalina, que é atleta de alto rendimento, tem que estar sempre se desafiando”, diz.
Assim, Bia decidiu entrar no mundo do boxe profissional, e se tornou, além de ser a primeira brasileira a ter duas medalhas olímpicas, a primeira mulher a fazer carreira híbrida no boxe. Lá, tudo foi diferente - enquanto o primeiro é mais descontraído, com várias lutas em um mesmo torneio, o segundo dá tempo para que o atleta se prepare para uma única luta contra cada adversário, com duração de dez rounds, contrastando com os três das Olimpíadas.

“Montei uma nova estratégia para poder reacender a chama. Tive que reaprender e me reinventar. Você tem que ser um pouco mais frio, é uma adrenalina mais controlada do que no olímpico. No olímpico, por ser rápido, a gente já tem que começar com tudo, sem muito tempo para pensar. O profissional te dá esse tempo para pensar. Você pode ter perdido nove rounds, mas nocautear no último e ser o campeão. Tem que ser um pouco mais frio para poder agir na hora certa, ter um pouco mais de paciência”, opina.
Agora, o caminho é muito claro - se o game olímpico está zerado, é preciso zerar também o do profissional, e Bia já vem traçando o caminho. Invicta em todas as lutas que já fez, ela decolou diretamente para a conquista do primeiro cinturão de sua carreira no ano ado, e volta para defendê-lo rumo ao bicampeonato em 2025. A meta, então, é a unificação dos títulos, montando uma “cortina de cinturões”.
“Quando conseguir, eu vou construir uma nova meta para poder fazer e zerar também. Porque atleta de alto rendimento é isso, a gente se desafia. E eu adoro um desafio, adoro superar coisas que ninguém nunca fez. Acho que nasci para isso, eu me sinto bem”, afirma.
“Vai incentivando e vai deixando o próximo desafio mais “caliente”, com mais adrenalina. É tremendo para mim ser dona de um cinturão. A minha meta é a unificação, ter mais cinturões ainda”, completa.

Cortina de cinturões 3l725j
Rumo à meta, Bia entra no ringue neste sábado, 7, pelo cinturão de peso-leve contra Maria Ines “Dinamita” Ferreira em Orlando, Estados Unidos, às 18h30 no horário de Brasília. O treinamento até o grande dia foi intenso, e deixou Bia exatamente como gosta de estar para encarar um novo desafio.
“Estou bem treinada. Estou com a cabeça boa, com o físico bom, e acredito que vou me apresentar muito bem, defender meu cinto muito bem. A minha meta é a unificação, então todo mundo da minha categoria que entrar na minha frente, se prepare. Tem que estar bem treinado, porque eu não vou desistir. Vou defender com sangue nos olhos, sempre”, garante.
Coincidentemente, Bia volta para encontrar uma adversária da mesma nacionalidade em cima da qual ganhou seu primeiro cinturão - argentina. Com um histórico de rivalidade com o Brasil, país que Bia carrega no coração e no rosto, entrando em todas as lutas com uma bandana da bandeira brasileira amarrada na cabeça, as argentinas trazem um “tempero a mais” para as lutas da brasileira.

“A Argentina tem muitas atletas do profissional, então acredito que seja por isso que eu já estou enfrentando outra Argentina. Independentemente do país, eu sempre estou aqui com a minha bandeira, com o meu povo, e vou defender”, diz.
“Mas é legal que seja contra a Argentina, porque tem essa rivalidade saudável que a gente gosta. O boxe profissional é muito de vender, e eu acho que já ter essa rivalidade Brasil-Argentina, faz com que a procura e a venda sejam um pouco maior”, continua.
“Acredito que vai ser um belo combate, porque ela quer sim ganhar do Brasil, mas o Brasil sabe ganhar bem da Argentina”, finaliza.
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