ENTRETENIMENTO
Polícia dispara após críticas a prisão de Poze: “Bandido não é herói"
Vídeo foi publicado nas redes sociais da Polícia Civil do Rio de Janeiro
Por Bernardo Rego

A prisão do MC Poze do Rodo causou bastante repercussão nas redes sociais com diversos comentários alegando que a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) teria exagerado na condução do cantor. Marlon Brandon Coelho Couto Silva foi preso em casa no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro, na quinta-feira, 29.
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A Polícia Civil divulgou um vídeo nas redes sociais detalhando como ocorreu a prisão de Poze. “Não pode transformar bandido em herói”, diz um dos trechos do vídeo publicado nas redes sociais nesta sexta-feira, 30.
“Mais uma vez, a Polícia Civil RJ vem desmistificar narrativas antipolícia. A instituição age com base na lei, sem distinção de cor, credo, classe social…”, diz a legenda da publicação.
Ainda na publicação, a polícia detalha que o músico foi preso por apologia ao crime, associação à facção Comando Vermelho (CV) e por cantar músicas que incentivam a prática de crimes.
“Criminoso é criminoso, independente de cor, religião e de onde mora. Ele foi preso por fazer apologia à facção criminosa, incentivar guerras territoriais e associar sua imagem a bandidos armados”, afirma um dos trechos da gravação.
Ainda de acordo com a corporação, a prisão de MC Poze do Rodo não tem relação ao funk, mas o fato de usar a arte como “ferramenta de guerra a serviço do crime”. “Fazer arte é uma coisa. Fazer apologia ao crime, ostentar armamento e exaltar facção criminosa é outra”, diz o vídeo. “A apologia é o começo. A bala é o fim.”
Show com armas
Durante um show do cantor em 17 de maio deste ano, vários homens foram filmados exibindo armas de uso na Cidade de Deus, bairro da zona oeste do Rio. Em imagens do momento, é possível ver eles dançando e apontando os fuzis para o alto em meio à multidão.
Vale lembrar que o evento ocorreu na véspera de uma operação deflagrada em 19 de maio para fiscalizar uma produção de gelo suspeito. Na ação, José Lourenço, da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), foi baleado na cabeça e chegou a ser levado em estado grave ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca (RJ), mas não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil revelou que a investigação que resultou na nova prisão de Poze nesta quinta começou após esse evento.
Alvo de operação
MC Poze foi alvo da Operação Rifa Limpa, da Polícia Civil do Estado do RJ (PCERJ), em novembro do ano ado. Ele teve os bens, joias e veículos de luxo apreendidos. Segundo a PCERJ, o esquema dos sorteios ilegais reproduzia parâmetros da Loteria Federal para dar aparência de credibilidade e legalidade às rifas.
A estrutura, no entanto, utiliza um aplicativo customizado e não auditado — com fortes indícios de manipulação. Prática exclusiva de instituições sem fins lucrativos. O esquema de sorteios necessita de autorização prévia da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria do Ministério da Fazenda.
Ainda revoltado com a situação, em abril deste ano, Poze surgiu nas redes sociais para reclamar por ainda não ter recuperado os bens apreendidos pela Polícia Civil. “Vai tomar no cu, vai se foder, num fode, devolve meus ‘bagulhos’ que por direito são meus, neguin. Deus que me deu”, disse ele.
Em 25 de abril, o cantor conseguiu recuperar os bens que haviam sido apreendidos.
Poze foi alvo de outra investigação da Polícia Civil em 2021 após ele aparecer em vídeos durante um baile funk na Vila do Ipiranga, em Niterói (RJ). Nas imagens, o artista canta em meio a uma enorme aglomeração, com homens com armas levantadas para o alto.
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