SEGUROS PARA CRISES
Futuro da crise climática é pessimista, e especialistas apostam em seguros 5d2t45
Representante do setor de seguros e órgãos federais avaliam união de forças para fortalecer segurança contra desastres ambientais 5o4m3
Por Carla Melo

A crise climática e as medidas para o enfrentamento de desastres ambientais - um dos temas que serão mais debatidos durante a COP30, em Belém do Pará, em novembro de 2025 - já está em níveis alarmantes, o que tem preocupado especialistas do setor ambiental, econômico e até jurídico. Para eles, não há positivismo quando o assunto é transição energética em meio ao caos já enfrentado na sociedade.
No mundo, são 2,4 trilhões de CO2 na atmosfera, levantando mais alertas eminentes de crises climáticas acontecendo no Brasil e no mundo. Uma das alternativas apontadas pelos especialistas é o investimentos em seguros sobre desastres naturais como enchentes, terremotos, secas e entre outras crises climáticas.
Para Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg, o setor de seguros têm ampliado os recursos de seguridade jurídica e econômica e apostando naquilo que é previsível e iminente.
“Infelizmente, nós continuamos enfrentando no Brasil uma falta de compreensão da importância dessa indústria, uma falta de percepção do valor desse produto que nós vendemos chamado seguro, o produto que em 2024 pagou 550 bilhões de reais em indenizações, em benefícios para a população desse país. Isso representa 5,5% do PIB”, disse o gestor durante o evento Conseguro, em São Paulo.
Gestão de riscos em transição energético 6b1q4v
Especialistas entenderam que a crise climática vai piorar, juntamente com as incertezas e os riscos. Explicam que é impossível prever quando e onde os desastres devem acontecer, mas que investimentos em gestão de riscos são as formas mais assertivas de mensurar e amparar pessoas, cidades, empresas, pequenos negócios e produções.
“Os seguros precisam participar justamente de iniciativas de regulação e de regulamentação como o Plano Nacional de Adaptação, como oferecer produtos para a resiliência aos dados e modelagem de riscos”, iniciou Cristina Reis, subsecretária de desenvolvimento econômico sustentável do Ministério da Fazenda.
Ela explica que a transição energética no Brasil a por diversos desafios diante da situação social do país, como a desigualdade social.
“No Brasil existe a transformação ecológica e não só a transição climática porque existem desafios históricos em termos econômicos, sociais, ambientais e climáticos, que am pela questão do trabalho decente, pela elevação da produtividade das nossas atividades econômicas com o adensamento tecnológico e o aumento da resiliência das nossas cadeias de valor que a pela redução de desigualdade nas suas diferentes formas. Existem desafios colossais, mas que haja vistas as oportunidades que as novas rotas tecnológicas de carbonização e enfrentamento da crise climática nos trazem, inclusive, as oportunidades também financeiras a espaço para o país crescer, se desenvolver e gerar essa renda e uma dinâmica macroeconômica mais sustentada, não só sustentável da renda”’, continua ela.
De acordo com a representante do setor federal, o governo federal junto com o mercado de seguros está focado em agendas focadas na transformação da atividade econômica e produtiva para combater essas desigualdades sociais.
“Isso vem, por exemplo, com a lei do mercado de carbono, a sua implementação que está em curso, com a taxonomia sustentável, o EcoInvest, que é um programa que já teve o seu primeiro leilão arrecadador de 43 a 45 bilhões. Há os títulos soberanos sustentáveis que somaram aí 4 bilhões de dólares nas suas duas emissões e cujos recursos estão sendo realocados para o fundo clima. Isso está sendo redirecionado a taxas e condições de financiamento de longo prazo mais interessantes do que a prática de mercado para a descarbonização da indústria, para o setor de florestas, para cidades inteligentes, para energia renovável, assim por diante”, continuou Cristiana Reis.
O que esperar da COP30? 3h466t
Em novembro, a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) será palco para discussões envolvendo ações de mitigação à crise climática e o setor de seguros estará pela primeira para aprofundar as medidas de segurança e prevenção para empresas, cidades e pessoas.
A diretora da COP30, Ana Toni, aponta para os desafios enfrentados no Brasil e no mundo e de que forma o setor de seguros pode alavancar com as ações para o enfrentamento à crise climática.
“O mercado de seguros pode pensar em produtos que possam ajudar e incentivar programas de adaptação e resiliência em cidades. Podem também atuar com dados, as modelagens de riscos. Muitos municípios não têm esses dados. Poderíamos cruzar os dados públicos e privados e ajudar os municípios a ter essa resiliência. Além disso, pode ajudar o poder público a calcular o custo da inação para o poder público e para o poder privado. A COP30 vai ter muito disso: mostrar que a prevenção e a resiliência custa muito menos do que, depois”, explica ela.
*A repórter viajou a São Paulo a convite da CNSeg
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