COMPORTAMENTO
Sexo e bebidas: ex-seminarista gay abre o jogo sobre festas com padres
Jovem que viveu por 10 anos como seminarista conta relatos de festas entre religiosos em livro
Por Redação

O relato de um ex-seminarista chamou a atenção após a revelação de festas sexuais com padres. "Era normal manter relações sexuais entre nós e também com os padres. Ao mesmo tempo, ávamos por sessões de terapia para a 'cura gay', declarou Brendo Silva, que lançou este ano o livro "A Vida Secreta dos Padres Gays - Sexualidade e Poder no Coração da Igreja".
No livro, Brendo Silva relata o que viveu por 10 anos na instituição educacional da Igreja Católica após entrar na vida religioso com apenas 12 anos. Ele deixou a igreja depois de conflitos devido à sua sexualidade. As informações são de reportagem do UOL.
Eu percebi que, se eu não me adequasse àquela vida, eu sofreria muito
A vida na Igreja
Brendo é natural de Belém, no Pará, e desde jovem decidiu que queria ser padre, se tornando coroinha aos 10 anos. Ele narra que aos 12 anos teve o primeiro contato com o seminário, instituições de ensino dedicadas à formação de futuros líderes religiosos católicos, como padres.
Brendo ou a morar em uma das instituições aos 14 anos, quando já se reconhecia homossexual e o a enfrentar conflitos com a igreja.
"Os seminaristas, em sua maioria, eram gays, e era normal mantermos relações sexuais entre nós. Muitos padres nos assediavam, de maneira clara e até exagerada. Por outro lado, fazíamos sessões de terapia para buscar a 'cura gay'. Quando relatávamos o que acontecia, outros padres e as freiras não acreditavam na gente", disse o ex-seminarista.
Já participei de um em que estavam 20 padres, sendo três deles bastante conhecidos e midiáticos
Brendo viveu em quatro seminários, entre Brasil e Europa, e relata que o cenário era semelhantes em todos. Grupos fechados nas redes sociais eram usados para marcar encontros entre os religiosos e conversar sobre sexo.
"Marcávamos churrascos em chácaras onde bebíamos e fazíamos sexo. Já participei de um em que estavam 20 padres, sendo três deles bastante conhecidos e midiáticos", afirma ele.
Brendo deixou a vida na igreja em 2013, mas relatou ter continuado a receber mensagens de padres e bispos para encontros amorosos. "Já fui almoçar com bispo e depois fomos para o motel. Já teve situações de até mesmo me pedirem para levar um garoto de programa para um encontro", revela ele.
O ex-seminarista mora em São Paulo e também afirmou que recebe ameaças depois de escrever o seu livro.

A Vida Secreta dos Padres Gays - Sexualidade e Poder no Coração da Igreja"
"Este livro nasceu da necessidade de contar uma história que, embora pessoal, reflete um dilema coletivo. O autor cresceu dentro da Igreja Católica, vivenciou suas convenções e valores, mas também testemunhou suas contradições. A vida secreta dos padres gays é um relato sincero sobre a complexa relação entre fé, sexualidade e poder, trazendo à tona histórias de homens que, entre batinas e votos de castidade, lidam com identidades muitas vezes reprimidas. Com um olhar crítico e embasado, este livro não se propõe a atacar a Igreja, mas a evidenciar uma realidade que por muito tempo permaneceu oculta. A homossexualidade no clero é um tema cercado de tabus, mas ignorá-la não faz com que ela desapareça. Pelo contrário, permite que a hipocrisia e a opressão persistam. Aqui, o autor compartilha sua trajetória, entrevistas e estudos que revelam como a sexualidade se entrelaça com poder dentro da maior instituição religiosa do mundo. Mais do que um testemunho, a obra é um convite à reflexão: até quando a Igreja manterá seu maior segredo trancado a sete chaves? E, mais importante, até quando esses homens terão que escolher entre a fé e a verdade?", diz a descrição do livro.
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