Embarque de Teddy mostra papel de cães de assistência 6481m
Solução do ime revela o quanto animais são importantes no e a pessoas com TEA 6t3g38

A polêmica envolvendo Teddy, cão de assistência da menina Alice que foi impedido de embarcar para Portugal por três vezes, trouxe de volta a polêmica em torno das regras de transporte de animais em cabines de avião.
O caso, que foi solucionado na última sexta-feira, 30, acende o alerta para a desinformação sobre o papel destes animais na vida de humanos. Alice está dentro do especto autista e Teddy foi treinado para ser o cão de assistência dela.
A confusão também gira em torno da necessidade de uma preparação totalmente diferenciada para cães de assistência, diferentemente dos conceitos disseminados entre tutores que têm na relação de afeto com seus bichos um certo e emocional. Contudo, isto não qualifica o animal como um cão de assistência.
“Há animais de companhia não treinados mas que dão e emocional a seus tutores e não são de assistência, logo não costumam apresentar comportamento adequado em ambientes públicos”, explica o médico veterinário Luís Carlos Souza, especialista na área.
Segundo a fisioterapeuta Anice do Nascimento, treinadora de cães que atuam em Serviços Assistidos por Animais e Cães de Assistência, a nomenclatura recomendada para os cães especialmente, selecionados, socializados e treinados para mitigar uma deficiência é cães de assistência, tanto pela maior Organização Mundial que determina Padrões de Prática (Guidelines) para cães de assistência, a ADI – Assistance Dog International, como pelo maior estudo de terminologias (Howell et al., 2022).
A especialista explica ainda que cão de serviço é uma denominação que se confunde com cães que exercem outras funções, que não relacionadas à deficiência. Segundo a especialista, cão de assistência é a denominação utilizada em Portugal e amparada pelo Decreto-Lei de Portugal 74/2007.
“Talvez a família tenha sido mal orientada, mas, na maioria dos Países Europeus, somente são aceitos certificados de organizações filiadas a Assistance Dogs International (ADI), International Guide Dog Federation (IGDF) ou Federação Europeia de Cães-Guia (EGDF) em virtude da existência de inúmeros certificados falsos que já foram emitidos”, afirma.
No Brasil, não há nenhuma organização, até o momento, afiliada a nenhuma das instituições internacionais credenciadas.
“Quando se faz uma viagem internacional é necessário observar as regras legais do País de destino”, explica.
Teddy só pôde embarcar, após mediação do governo brasileiro, acompanhado pelo treinador Ricardo Cazarotte, responsável pela preparação do animal.
“Existe muito desconhecimento da sociedade, em especial a distinção profunda entre os cães de assistência e de apoio emocional (que são cães de companhia)”, explica Anice do Nascimento ressaltando que a presença de um cão para proteção, defesa pessoal ou conforto não o qualifica como cão de assistência.
Segundo Anice cães de assistência também não podem ser confundidos com cães que atuam em Serviços Assistidos por Animais, que atuam em processos estruturados com outras pessoas (em educação, saúde ou visitação).
Foi o que fez o comportamentalista Luís Souza ao preparar a cadelinha Mab que realiza serviço assistido em uma clínica. “Atuar nos serviços assistidos e ter a possibilidade de trabalhar com Mab me permite aproveitar toda o potencial e benefício da interção humano cães”, explica a fonoaudióloga Vanessa Piana Campello, 35 anos, que tem formação em Treinamento de Cães.
Treinamento 4fm4v
O cão de assistência é selecionado, socializado e treinado para mitigar um tipo de deficiência, de uma única pessoa com a qual é feito o pareamento, após um processo de 18 a 24 meses, conforme explica Anice. Contudo, segundo a Atlas Assistance Dogs dos EUA, entre 50% a 70% dos cães inicialmente treinados não chegam ao final do treinamento para formar o pareamento com a pessoa com deficiência.
Segundo o médico comportamentalista Rafael Ramos, cães de assistência ajudam pessoas com deficiências físicas ou mentais a realizar tarefas específicas. A preparação é dividida em fases. “Primeiro, o cão aprende comandos básicos, depois avança para os de assistência”, diz Rafael Ramos.