A lei do fuzil, um retrocesso no rumo da harmonia civilizatória 196e2j
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Com o decreto de Bolsonaro que libera para qualquer cidadão o direito de comprar armas, incluindo até o fuzil T4, o que é mais provável de acontecer: a sociedade sentir-se mais segura ou os bandidos, que mesmo com a proibição já estão armados até os dentes, se armarem ainda mais?
Em síntese, é na segunda hipótese que 13 governadores, entre eles Rui Costa, apostam: vai piorar.
Mais: quando o Estado libera o direito de cada um se armar, está confessando o seu fracasso na missão de conter a criminalidade. Os governadores acham, com razão, que em vez disso, o governo deveria propor políticas de segurança mais eficazes.
Involução — Para além das questões objetivas, há as aspirações coletivas dos sensatos, no afã de promover atos e fatos para a construção de uma sociedade harmoniosa.
Alguns países, como Suécia e Finlândia, tiveram avanços notáveis. Outros estão indo, como o Japão, que configura uma cultura de respeito humano, mas resiste em deixar de matar baleias, ou a Suíça, onde jogar uma baga de cigarro no chão significa receber uma multa em casa meia hora depois, mas acoita ladrões de alto coturno em seus bancos.
Claro que, comparado a eles, o Brasil ainda tem uma longuíssima estrada a percorrer. Mas, com certeza, não se combatem desatinos com outros. Armar o povo por decreto, sem ouvir ninguém, é um brutal retrocesso no caminho da civilidade almejada.
Um acordo para projetos
Nelson Leal (PP), presidente da Assembleia, reuniu-se ontem com líderes de bancada e presidentes de comissões para tentar resolver dois problemas, desembolar o funcionamento das comissões, que estão atuando em horários superpostos, e ordenar a votação de projetos de deputados, evitando o besteirol.
Conseguiu. Duas comissões vão funcionar segundas à tarde, e os projetos, os tidos como importantes, serão apresentados pelos líderes.
Contra o corte da luz de pobre
E por falar em projetos de deputados, a deputada Fabíola Mansur (PSB) apresentou um dos bons. Regulamenta um dispositivo da Constituição estadual que dispõe sobre comprovada incapacidade de pobres e entidades filantrópicas e hospitais de pagarem contas de água e luz. Na prática, proíbe a Coelba de cortar a luz de hospitais, creches e pobres abruptamente.
– A Coelba é sempre inclemente, inclemência que às vezes vira crueldade.
Novo funeral do embaixador
O sepultamento de Paulo Cordeiro de Andrade Pinto e a esposa, Vera Lúcia, ele embaixador do Brasil no Líbano que morreu em acidente de automóvel na Itália, vai ter um segundo tempo. Anteontem, houve a cremação no Jardim da Saudade e amanhã as cinzas serão solenemente sepultadas em Monte Santo. O prefeito Vando (PSC) explica:
– Ele nasceu em Salvador porque Monte Santo não tinha hospital. Mas é filho de lá e queria ser sepultado lá.
Os endividados do Baneb ganham uma nova chance
A Desenbahia herdou do extinto Baneb 40 mil endividados. Após sucessivas leis facilitando as negociações, restam 16.784 que devem em torno de R$ 2,7 bilhões. Há chance de resgatar esses créditos?
Com a palavra Francisco Miranda, presidente da Desenbahia, que ontem foi à Comissão de Finanças da Assembleia defender a necessidade da nova lei de incentivo, ontem aprovada:
– Acreditamos que de 5% a 10%, sim.
Segundo Francisco, no conjunto há pessoas já falecidas, empresas que já nem existem, e situações tais, mas a nova lei dá facilidades consideráveis, com descontos que variam de 60% (até R$ 100 mil) a 20% (acima de R$ 1 milhão). No conjunto, as propostas são vantajosas, até porque o devedor pode renegociar o pagamento do que restou.