Brasil vai superar a influenza aviária com muito profissionalismo, diz Francisco Turra 604z68
Confira coluna A TARDE Agro desta segunda-feira 2f2w2b

Conversei com o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, que foi presidente da Associação Brasileira da Proteína Animal (ABPA), e hoje é presidente do conselho dessa entidade, sobre a influenza aviária e nos dá ótimas notícias.
“Em primeiro lugar, quero me referir ao fato de que, se o Brasil ficou espantado, se ficou horrorizado com a notícia da chegada da influenza aviária exatamente aqui no Rio Grande do Sul, certamente agora o país acompanha, no mínimo, com um sentimento de alegria, a reação pronta e profissional que está acontecendo para contê-la, para combatê-la.
Desde o primeiro momento, o Ministério da Agricultura e Pecuária, em conjunto com a Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul e a Fundesa, que é um fundo privado para esses momentos, entraram em campo com muita severidade na comunicação, na contenção do foco, na identificação da granja comercial, na identificação de um raio importante de desinfecção. Como era um primeiro caso ocorrido em granja comercial, não havia improviso, tudo estava preparado, porque durante muito tempo a ABPA, principalmente, capacitou agentes em todos os estados do Brasil, em todas as propriedades, em todas as granjas, para atender emergências.
Todas as medidas previstas no Plano Nacional de Contingência foram imediatamente colocadas em prática: sacrifício de aves, eliminação de ovos, desinfecção de instalações, rigoroso bloqueio sanitário. Mais de 95% e, hoje, eu diria, 100% das propriedades nas zonas perifocais e de vigilância já foram vistoriadas, e estão sendo feitas novas visitas de acompanhamento. Os ovos para incubação, enviados para outros estados, foram totalmente rastreados e estão sendo destruídos como precaução e medida para evitar a contaminação.
É um nível extraordinário de profissionalismo e prioridade. A população, tenho certeza, está muito tranquila porque a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango e de ovos. O consumo segue absolutamente normal.
O produtor, que está assustado, já sente a segurança de ter essa proteção do público, do privado, para evitar que esse mal chegue. Resumindo, posso dizer hoje o seguinte: a reabertura do mercado deveria, como prêmio, acontecer o mais rápido possível, porque o mundo vê aqui uma lição diferente do que ocorre em nações evoluídas, em nações ricas, que continuam e continuaram com o foco, demoraram e não estavam preparadas para debelá-lo.
Aqui, diferente, as ações foram ajustadas, protocolos cumpridos, e exatamente por isso o resultado, tenho certeza, será o melhor e o prejuízo, o menor possível”, conclui Francisco Turra.