Polêmicas e mais: 5 cenas que devem estar no filme de Chorão

A cinebiografia de Chorão, vocalista do Charlie Brown Jr., ainda nem começou a ser gravada, mas já desperta curiosidade entre fãs e iradores da banda. O longa será baseado no livro 'Se Não Eu, Quem Vai Fazer Você Feliz? Minha História de Amor com Chorão', publicado em 2018 por Graziela Gonçalves, viúva do cantor.

Com mais de 140 mil cópias vendidas e 22 edições lançadas, o livro narra a história do casal sob a perspectiva de Graziela, revelando o lado íntimo e vulnerável de um dos maiores nomes do rock nacional dos anos 2000.

Com direção de Hugo Prata e Felipe Novaes, mesmos responsáveis pelo documentário Chorão: Marginal Alado, e roteiro de Duda de Almeida, o filme será protagonizado por José Loreto, ator da TV Globo, que já foi visto caracterizado como o cantor em imagens publicadas nas redes sociais.

A produção é assinada pela Bravura Cinematográfica, em parceria com Globo Filmes, Telecine e Downtown Filmes. As filmagens devem começar ainda em 2025, mas uma sinopse oficial ainda não foi divulgada.

Apesar de o foco estar no relacionamento de Chorão com Graziela, existe a expectativa de que o filme vá além da história romântica e incorpore momentos marcantes — e muitas vezes controversos — da trajetória do cantor. Afinal, sua vida pública foi marcada por episódios que ajudaram a moldar sua imagem como um artista inquieto, carismático e contraditório.

5 momentos da vida e carreira de Chorão e Charlie Brown Jr. que não podem faltar na cinebiografia

Primeira apresentação da banda foi cantando em inglês

Muito antes de ganhar projeção nacional, o Charlie Brown Jr. ainda dava seus primeiros os na cena do rock. Em 1995, quando a banda ainda não tinha álbum lançado e buscava espaço no circuito alternativo, Chorão contou com a ajuda de Graziela para tentar uma chance de se apresentar ao lado do recém-formado Planet Hemp, grupo liderado por Marcelo D2 e BNegão.

A oportunidade surgiu quando o Planet marcou um show em Guarujá, cidade próxima a Santos. Determinados, Chorão e Graziela fizeram várias ligações e chegaram a ir pessoalmente ao hotel onde os músicos estavam hospedados para pedir que o Charlie Brown Jr. abrisse a apresentação. O esforço deu resultado: a banda subiu ao palco pela primeira vez — cantando apenas músicas em inglês.

Sucesso na TV com músicas em Malhação

Na virada dos anos 1990 para os 2000, o Charlie Brown Jr. viveu seu auge de popularidade. As músicas da banda se tornaram trilhas sonoras da juventude brasileira, embalando não só rádios e shows, mas também a TV aberta.

A Globo escolheu duas faixas da banda para abrir a novela Malhação: 'Te Levar Daqui' e 'Lutar Pelo o Que É Meu'. As canções permaneceram como tema de abertura da novela até 2007. A visibilidade contribuiu para solidificar o Charlie Brown Jr. como uma das bandas mais populares entre o público jovem, ampliando o alcance da mensagem rebelde, urbana e existencial de Chorão.

Briga com Marcelo Camelo em aeroporto

Entre os momentos mais polêmicos da carreira de Chorão está o desentendimento com Marcelo Camelo, vocalista do Los Hermanos. Em 2004, Camelo criticou publicamente Chorão por participar de uma campanha publicitária da Coca-Cola. Ele também questionou a estética da banda e a considerou parte de um estilo que buscava evitar.

Dias depois, ambos se encontraram no aeroporto de Fortaleza, onde suas bandas participariam de um festival. Chorão confrontou o rival e a discussão terminou com agressão física: um soco de Chorão que resultou na fratura do nariz de Camelo.

Conflitos internos e a tensão com Champignon

Chorão foi o único integrante presente em todas as formações do Charlie Brown Jr. Em 2005, uma crise interna levou à saída simultânea de três músicos: Marcão (guitarra), Pelado (bateria) e Champignon (baixo). As razões nunca foram totalmente esclarecidas. Chorão manteve a banda viva com novos integrantes, entre eles Thiago Castanho, Heitor Gomes e Pinguim Ruas.

Em 2011, Champignon voltou à banda, mas as tensões continuaram. Um episódio marcante aconteceu em 2012, durante um show no Paraná, quando Chorão, em meio à apresentação, acusou Champignon de ter retornado por motivos financeiros. O baixista deixou o palco.

Dias depois, os dois apareceram em um vídeo se desculpando com os fãs e tentando mostrar que tudo havia sido superado. O momento, no entanto, já tinha deixado marcas na relação entre eles e nos olhos do público.

A morte de Chorão e a comoção nacional

Em 6 de março de 2013, o Brasil acordou com a notícia da morte de Alexandre Magno Abrão, o Chorão. O cantor foi encontrado sem vida em seu apartamento, na Zona Oeste de São Paulo. O laudo do Instituto Médico Legal confirmou que a causa da morte foi overdose de cocaína. Chorão tinha 42 anos.

A perda mobilizou fãs, músicos e personalidades de diversas áreas. Vários artistas prestaram homenagens, e multidões se reuniram para o velório e cortejo fúnebre. O luto coletivo mostrou o impacto do vocalista na cena musical e cultural brasileira.

Visual de José Loreto para o filme

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