VAI SAIR DA PRISÃO?
Cláudio Campanha: liberdade do fundador do Comando da Paz é incerta 32724p
Justiça voltou atrás na decisão de liberdade condicional de apontado como líder de facção que se aliou ao CV x6u10
Por Leilane Teixeira, com informações de Leo Moreira

A possível saída de Cláudio Eduardo Campanha da Silva da Colônia Penal Lafayete Coutinho (LC), em Salvador, ainda gera dúvidas. Um dos fundadores do extinto Comando da Paz () conseguiu ter a liberdade condicional autorizada pela Justiça e, dois dias depois, teve decisão suspensa. No entanto, a suspensão ainda é desconhecida para o advogado de Campanha, Antônio Glorismann, que, em conversa com o Portal A TARDE, afirmou ainda não ter o ao teor da decisão.
"Existem muitos boatos. Sei que agora existe uma decisão, mas eu não sei o teor dela. Eu não tenho como confirmar nada, mas a única coisa que posso dizer é que Cláudio Campanha tem aproximadamente 29 anos de prisão cumprida e já tem direito ao benefício desde o ano de 2022 por causa do julgamento condicional. O julgamento condicional foi concedido legalmente atendendo todas as condições objetivas e subjetivas, desde o prazo, como também a condição de boa conduta carcerária que foi dado pelo juiz", disse Glorismann.
Apesar do advogado negar conhecimento, o Ministério Público da Bahia (MPBA) ratificou a suspensão de liberdade condicional através de nota enviada ao Portal A TARDE. "O Ministério Público estadual informa que Cláudio Eduardo Campanha da Silva está preso, conforme decisão judicial que suspendeu a concessão do livramento condicional até audiência marcada para o próximo dia 8 de novembro de 2023".
Glorismann afirmou que irá até à 1ª Vara de Execuções Penais de Salvador nesta terça-feira, 17, para ter ciência dos fatos. "Eu não posso afirmar e nem desafirmar sobre a saída dele. O Ministério Público deve ter tido o a alguma coisa que eu não tive. Amanhã irei conversar com o excelentíssimo juiz Almir Pereira".
Entenda
O traficante está preso desde de 23 de julho de 1997 por tráfico de drogas, homicídio, roubo e outros crimes. A saída de Campanha já era prevista por conta da primeira decisão do juiz Almir Pereira de Juiz, no dia 10 de outubro, favorável à soltura, sob a justificativa de que o traficante cumpriu mais de 59% das sentenças. No entanto, na última quinta-feira, 12, o então magistrado suspendeu temporariamente a saída dele, afirmando que Campanha está envolvido em um Procedimento istrativo Disciplinar (PAD) e que vai esperar que as devidas apurações sejam concluídas.
“Ocorre que este magistrado teve conhecimento que o penitente Cláudio Eduardo Campanha da Silva foi, recentemente, envolvido em um Procedimento istrativo Disciplinar no qual está sendo apurada um possível cometimento de falta grave [...] Em face do quanto exposto, suspendo, provisória e cautelarmente, o livramento condicional, a autorização para mudança de domicílio e alvará de soltura no ID 272.1 até que seja a situação do penitente Cláudio Eduardo Campanha da Silva definitivamente esclarecida no procedimento istrativo dito instaurado no âmbito da LC”, justifica o juiz.

O Portal A TARDE questionou o advogado de Campanha sobre qual atitude do seu cliente motivou o PAD. Antônio Glorismann, no entanto, disse não saber do que se trata.
"Eu acabei de sair de uma visita à Cláudio e ele não foi intimidado sobre nenhum procedimento. Até o que eu sei, ele não responde a nenhum PAD. Só posso lhe dizer o seguinte: que desde que ele está na Lafayete Coutinho, Campanha nunca respondeu a um PAD. Tem muita conversa rolando, mas a defesa até agora não foi intimida de nada, de absolutamente nada. O que eu sei, eu sei por vocês [imprensa]. Mas se o PAD existir com provas, nós vamos até as últimas instâncias", afirmou.
Cláudio Campanha
Campanha assumiu a liderança da então em 2005, quando seu principal fundador, Eberson Souza Santos, o Pitty, morreu em confronto com a polícia, na cidade de Candeias. No tempo em que permaneceu no Presídio Salvador, o traficante coordenou pessoalmente o comércio de drogas e ordenou uma série de ataques a ônibus e a módulos policiais, chacinas e assaltos, com apoio, na ocasião, do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Em 2008, ele foi preso no Ceará e um ano depois foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Posteriormente, foi transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, Unidade de Segurança Máxima, criadas para abrigar chefões do crime organizado.
Tempos depois, ele voltou ao Complexo Penitenciário da Mata Escura, onde a um período na Unidade Especial Disciplinar (UED). Em 2020, Campanha ou a cumprir em regime semiaberto na LC, no bairro de Castelo Branco.
O deixou de existir no mesmo ano para fazer parte do Comando Vermelho (CV), acirrando a guerra do tráfico de drogas em Salvador e Região Metropolitana (RMS).
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